Capítulo Cinco: O Erro Fundamental de Atribuição¹
<< Capítulo 004
A Casa das Bribas era uma lojinha pitoresca (alguns
diriam até fofa), abrigada atrás de uma barraquinha de vegetais, que estava
atrás de uma loja de luvas mágicas, que se encontrava em um beco que sai de uma
rua lateral ao Beco Diagonal. Decepcionantemente, a atendente não era uma
senhora velha e encarquilhada; era apenas uma jovenzinha com aparência ansiosa
em vestes amarelas desbotadas. Neste momento, ela segurava uma Super Bolsa
Briba QX31, cujo diferencial era que possuía uma Boca Expansível bem como um
Feitiço de Expansão Não-Detectável: você podia na realidade colocar coisas
grandes dentro dela, apesar de o volume total ainda ser limitado.
Harry havia insistido
em ir lá de primeira, logo que saíram – insistira tanto quanto achou que podia
sem que fizesse a Professora McGonagall suspeitar de nada. Harry tinha algo que
precisava colocar na bolsa o mais rápido possível. E não era a sacola de
galeões que a Professora o havia permitido retirar de Gringotes. Eram todos os
outros galeões que Harry havia furtivamente enfiado nos bolsos após cair em um
monte de moedas de ouro. Aquilo tinha
sido um acidente, mas Harry nunca fora de descartar uma boa oportunidade quando
ela surgia... apesar de ter sido muito mais uma decisão espontânea. Desde
então, Harry havia carregado a sacola de galeões perto do bolso de suas calças,
numa posição esquisita, para que qualquer tilintar de moedas pudesse ser
atribuído à fonte correta.
Ainda havia a questão de como exatamente ele iria
colocar as moedas extras na bolsa sem
ser pego. As moedas de ouro poderiam ser dele, mas ainda eram roubadas –
auto-roubadas? Auto-furtadas?
Harry levantou os olhos da Super Bolsa Briba QX31 no
balcão à sua frente.
– Posso testá-la um pouco? Para ter certeza de que
funciona, hum, corretamente? – ele arregalou um pouco os olhos, em uma
expressão de inocência infantil e brincalhona.
Como esperado, após dez repetições de colocar a sacola
de ouro na bolsa, enfiar a mão, sussurrar “sacola de ouro” e tira-la de lá, a
Professora McGonagall se afastou e começou a examinar alguns dos outros itens
na loja, e a atendente virou a cabeça para observa-la.
Harry jogava a sacola de ouro com a mão esquerda, e
então levava a mão direita segurando firmemente algumas das moedas douradas,
enfiava na bolsa, deixava lá os galeões soltos e (com um sussurro de “sacola de
ouro”) recuperava a sacola original. Ele então a passava para sua mão esquerda,
para largá-la novamente, e sua mão direita voltava ao seu bolso...
A Professora McGonagall voltou a olhar para ele uma
vez, mas Harry conseguiu evitar congelar seus movimentos e se esquivar, e ela
não pareceu perceber nada. Apesar de nunca realmente podermos saber, com os
adultos que têm senso de humor. Levou três repetições para terminar o serviço,
e Harry estimou ter conseguido furtar dele mesmo cerca de trinta galeões.
Harry levantou a mão, limpou um pouco de suor de sua
testa, e exalou pesadamente.
– Eu gostaria de levar esta, por favor.
Quinze galeões mais leve (duas vezes o preço de uma
varinha, aparentemente) e uma Super Bolsa Briba QX31 mais pesado, Harry e a
Professora McGonagall saíram pela porta. Nela brotou uma mão que acenou quando
eles foram embora, levantando um braço de uma forma que fez com que Harry
ficasse um pouco nauseado.
E então, infelizmente...
– Você é mesmo
Harry Potter? – sussurrou o velho, uma lágrima grossa descendo por sua bochecha
– Você não mentiria sobre isso, não é? É só que eu ouvi boatos dizendo que você
não tinha realmente sobrevivido à
Maldição da Morte, e que era por isso que ninguém sabia onde você estava.
...parecia que o disfarce que a Prof.ª McGonagall era
menos do que perfeitamente eficaz contra bruxos mais experientes. A Professora
colocou uma mão no ombro de Harry e puxou-o para a ruela mais próxima no
momento em que ouvira “Harry Potter?” O velho os seguiu, mas pelo menos parecia
que ninguém mais havia escutado.
Harry levou a pergunta em consideração. Ele era mesmo Harry Potter?
– Sei apenas o que outras pessoas me contaram. – com a
mão, esfregou a testa – Tenho esta cicatriz desde que posso me lembrar, e me
disseram que meu nome é Harry Potter pelo mesmo tempo. Mas, – Harry disse,
pensativo – se já houver causa suficiente para postular uma conspiração, não há
nenhuma razão para que não simplesmente encontrassem outro órfão e o criassem
para crer que ele fosse o verdadeiro
Harry Potter...
A Prof.ª McGonagall cobriu o rosto com a mão
exasperada.
– Você é a cara do seu pai, Tiago, em seu primeiro ano
em Hogwarts. E eu posso atestar baseada apenas na personalidade que você vem da
Praga da Grifinória.
– Ela podia ser parte disso também – observou Harry.
– Não, – a voz do velho homem tremeu – ela está certa.
Você tem os olhos de sua mãe.
– Hum, – Harry franziu a testa – suponho que você
poderia estar envolvido também...
– Chega, Sr. Potter.
O velho levantou uma mão como se fosse tocar Harry,
mas então deixou-a cair.
– Estou apenas feliz que esteja vivo. – ele murmurou –
Obrigado, Harry Potter. Obrigado pelo que fez. Eu o deixarei em paz agora.
E, com sua bengala batendo no chão, ele se afastou,
para fora da ruela e para a rua principal do Beco Diagonal.
A Professora olhou ao redor, sua expressão tensa e
sombria. Harry automaticamente olhou em volta de si. Mas a ruela parecia vazia,
à exceção de folhas amareladas, e, na saída para o Beco Diagonal, apenas
transeuntes passando despreocupadamente podiam ser vistos.
Finalmente, a Professora pareceu relaxar.
– Isso não correu muito bem. – ela disse, em voz baixa
– Sei que você não está acostumado a isso, Sr. Potter, mas as pessoas se
preocupam com você. Por favor, seja gentil com elas.
Harry encarou os próprios sapatos.
– Elas não deveriam – ele disse, com um toque de
amargura – Se importar comigo, quero dizer.
– Você as salvou de Você-Sabe-Quem – disse a Prof.ª
McGonagall – Como é que poderiam não se importar?
Harry levantou o olhar para a expressão severa da
bruxa, embaixo de seu chapéu pontudo, e suspirou.
– Acho que não há chances de, se eu dissesse erro fundamental de atribuição*, você
saber o que eu quero dizer.
– Não, – disse a professora em seu sotaque escocês –
mas por favor, explane, Sr. Potter, se puder fazer a gentileza.
– Bem... – Harry começou, tentando pensar em como
descrever aquela parte em específico da ciência Trouxa. – Imagine que você vá
trabalhar e veja seu colega chutando a própria mesa. Você pensa, “mas que
pessoa agressiva ele deve ser”. Seu colega está pensando sobre como alguém o
empurrou contra uma parede a caminho do trabalho e gritou com ele. Qualquer um ficaria enraivecido com algo
assim, ele pensa. Quando olhamos para os outros, nós vemos traços de
personalidade que explicam seu comportamento, mas, quando olhamos para nós
mesmos, vemos circunstâncias que explicam o nosso comportamento. A história das
pessoas faz um sentido interno para elas, mas não enxergamos a história de
ninguém flutuando no ar atrás deles. Nós os vemos apenas em uma situação, e não
vemos como seriam em uma situação diferente. Então o erro de atribuição
fundamental é que explicamos com traços permanentes e duradouros o que seria
melhor explicado por circunstâncias e pelo contexto. – Haviam alguns
experimentos elegantes que confirmavam isso, mas Harry não iria entrar em
detalhes.
As sobrancelhas da bruxa subiram sob a aba do chapéu.
– Acho que compreendo... – disse a Prof.ª McGonagall
vagarosamente – Mas o que isto tem a ver com você?
Harry chutou a parede de tijolos da ruela com força o
bastante para fazer seu pé doer.
– As pessoas acham que eu as salvei de Você-Sabe-Quem porque
sou algum tipo de grande guerreiro da Luz.
– Aquele com o poder de derrotar o Lorde das Trevas...
– murmurou a bruxa, uma estranha ironia em sua voz.
– Sim, – disse Harry, irritação e frustração lutando
em seu interior – como se eu houvesse destruído o Lorde das Trevas porque
tenho algum tipo de traço permanente de destruir-o-Lorde-das-Trevas. Eu tinha
apenas 15 meses de idade na época! Eu não
sei o que aconteceu, mas eu suponho
que tenha algo a ver com, como dizem, circunstâncias ambientais contingentes. E
certamente nada a ver com a minha personalidade. As pessoas não se importam comigo, elas nem mesmo estão prestando
atenção em mim, elas querem apertar a
mão de uma explicação mal dada. –
Harry fez uma pausa, e olhou para McGonagall. – Você sabe o que realmente aconteceu?
– Eu formei
uma ideia geral... – disse a Professora – Após conhece-lo, quero dizer.
– Sim?
– Você triunfou sobre o Senhor das Trevas por ser pior
do que ele era, e sobreviveu à
Maldição da Morte por ser mais terrível que a própria Morte.
– Ha. Ha. Ha. – Harry chutou a parede novamente.
A Professora soltou um riso abafado.
– Vamos para Madame Malkin em seguida. Temo que suas
roupas Trouxas estejam chamando a atenção.
Eles toparam com mais dois admiradores no caminho.
Madame Malkin Roupas para Todas as Ocasiões possuía
uma fachada genuinamente entediante, de tijolos vermelhos comuns com vitrines
mostrando vestes negras comuns. Não vestes que brilhavam, ou mudavam de cor, ou
giravam, ou irradiavam raios estranhos que pareciam atravessar sua camisa e te
fazer cócegas. Apenas vestes negras simples, era tudo o que se podia ver
através das vitrines. A porta estava aberta, como que dizendo que não haviam
segredos lá, e nada a esconder.
– Eu vou sair por alguns minutos enquanto você tem
suas vestes ajustadas – disse a Prof.ª McGonagall – Você ficará bem, Sr.
Potter?
Harry assentiu. Ele odiava comprar roupas com fervor,
e não podia culpar a bruxa por sentir-se da mesma maneira.
A varinha da Professora pulou para fora de sua manga,
e tocou de leve a cabeça de Harry.
– E como você precisará estar bem visível para a
Madame Malkin, estou removendo o Feitiço de Desilusão.
– Ahm... – fez Harry. Aquilo o preocupava um pouco;
ele ainda não estava acostumado com aquela coisa de “Harry Potter”.
– Eu fui a Hogwarts com Madame Malkin – disse
McGonagall – Mesmo naquela época, ela era uma das pessoas mais sérias que conheci. Ela não se
descabelaria nem mesmo se o próprio Você-Sabe-Quem entrasse em sua loja. – A voz dela soava nostálgica, e aprovadora. – Madame Malkin não te incomodará, e
não deixará que outros o façam.
– Aonde você
vai? – inquiriu Harry. – Apenas para o caso de, você sabe, algo realmente acontecer.
McGonagall lançou para Harry um olhar severo.
– Eu vou até ali
– ela disse, apontando um prédio do outro lado da rua, que tinha uma placa de
um barril de madeira – e vou comprar uma bebida, que desesperadamente preciso. Você será medido para suas vestes, e nada mais. Eu voltarei para checar como
estão as coisas em breve, e espero
encontrar a loja de Madame Malkin ainda de pé e de nenhuma maneira pegando
fogo.
Madame Malkin era uma senhora agitada que não disse
uma palavra sobre Harry quando viu a cicatriz em sua testa, e ainda lançou um
olhar afiado em direção à sua assistente, quando a garota pareceu estar prestes
a dizer alguma coisa. Madame Malkin pegou um conjunto de tiras de tecido
animadas e serpenteantes, que pareciam servir de fitas métricas, e começou a
trabalhar, examinando seu novo modelo.
Próximo a Harry, um garoto pálido com o queixo pontudo
e cabelos loiros platinados super legais
parecia passar pelos estágios finais de um processo similar. Uma das duas
assistentes de Madame Malkin estava examinando o garoto de cabelos claros e as
vestes xadrez que ele usava; ocasionalmente, ela dava uma leve batida de
varinha em um canto das vestes, e estas apertavam ou alargavam.
– Olá, – disse o garoto – Hogwarts também?
Harry pôde prever a direção que a conversa estava para
tomar, e decidiu em uma fração de segundo de frustração que já estava cheio
daquilo.
– Pelos céus, – sussurrou Harry – não pode ser. – Ele
arregalou os olhos. – Seu... nome, senhor?
– Draco Malfoy – disse ele, parecendo levemente
intrigado.
– Então é
você! Draco Malfoy. E-Eu nunca pensei que teria a honra, senhor. – Harry queria
poder fazer lágrimas saírem de seus olhos. Os outros normalmente começavam a
chorar quando chegava este ponto da conversa.
– Oh – fez Draco, soando um pouco confuso. E então
seus lábios se esticaram em um sorriso presunçoso – É bom encontrar alguém que
conheça o próprio lugar.
Uma das assistentes, aquela que parecia ter
reconhecido Harry, fez um som abafado de engasgo.
E Harry continuou.
– Estou encantado em conhece-lo, Sr. Malfoy. Simplesmente,
absolutamente encantado. E frequentar Hogwarts no mesmo ano que o senhor! Estou
caminhando em nuvens.
Ops. Essa parte pode ter soado um pouco estranha, como
se estivesse flertando com Draco ou algo assim.
– E eu estou encantado em saber que serei tratado com
o devido respeito merecido por um membro da família Malfoy. – o menino
retrucou, acompanhado por um sorriso como o que reis devem conceder ao mais
reles de seus súditos, se o tal súdito fosse honesto, apesar de pobre.
Ahm... Droga, Harry estava tendo problemas para pensar
em sua próxima fala. Bem, todos tentaram
apertar a mão de Harry Potter, então...
– Uma vez que minhas roupas estejam prontas, senhor, o
senhor por acaso não me concederia um aperto de mãos? Eu não desejaria nada
mais para completar o meu dia, não, o meu mês, de fato, minha vida inteira.
O garoto de cabelos platinados o encarou em resposta.
– E o que você
fez pelos Malfoy que o faria merecedor de tal favor?
Oh, eu vou mesmo tentar esse teatro
com a próxima pessoa que tentar apertar minhas mãos. Harry curvou a cabeça:
– Não, não, senhor, eu compreendo. Sinto muito por
pedir. Eu deveria sentir-me honrado de limpar suas botas, ao invés disso.
– De fato. – disparou o outro garoto. Seu rosto severo
se iluminou. – Diga-me, em que Casa você acha que será colocado? Estou
destinado à Sonserina, é claro, como meu pai Lúcio antes de mim. E você, eu
chutaria Lufa-Lufa, ou talvez a Casa Elfo.
Harry sorriu timidamente.
– A Prof.ª McGonagall diz que sou a pessoa mais
Corvinal já vista ou celebrada em lendas, tanto que a própria Rowena me diria
para sair mais, seja lá o que isso
significa, e que eu sem dúvidas irei para a Corvinal se o chapéu seletor não
estiver berrando alto demais para entendermos quaisquer palavras, fecha aspas.
– Uau – disse Draco Malfoy, soando levemente
impressionado. O garoto deu um tipo de suspiro melancólico. – Sua adulação foi
ótima, ou pelo menos eu pensei que sim; você se daria bem na Sonserina, também.
Normalmente é apenas meu pai que recebe esse tipo de bajulação. Eu espero que os outros sonserinos me
adorem agora que estou em Hogwarts... Acho que é bom sinal, então.
Harry tossiu.
– Na verdade, sinto muito, eu não faço ideia de quem é
você realmente.
– Ah, qual é!
– disse o menino, o desapontamento óbvio – Por quê é que você fez isso, então?
– Os olhos de Draco se arregalaram com suspeitas. – E como você pode não saber sobre os Malfoy? E que roupas
são estas que você está vestindo? Seus pais são Trouxas?
– Dois dos meus pais estão mortos – disse Harry. Seu
coração apertou. Quando ele falava assim... – Meus outros dois pais são
Trouxas, e são aqueles que me criaram.
– O quê? –
disse Draco – Quem é você?
– Harry Potter, é um prazer conhece-lo.
– Harry Potter?
– engasgou Draco – O Harry... – e o
menino parou abruptamente.
Houve um breve silêncio. E então, com um entusiasmo
animado:
– Harry Potter? O
Harry Potter? Céus, sempre
quis conhece-lo!
A atendente de Draco emitiu um som como se estivesse
sendo enforcada, mas continuou seu trabalho, levantando os braços de Draco para
cuidadosamente remover as vestes xadrez.
– Cala a boca – sugeriu Harry.
– Você pode me dar seu autógrafo? Não, espere, quero
uma foto com você primeiro!
– Cala-a-boca-cala-a-boca-cala-a-boca.
– Estou simplesmente tão encantado em conhecê-lo!
– Pegue fogo e morra.
– Mas você é o Harry Potter, o glorioso salvador do
mundo mágico! O herói de todos, Harry Potter! Sempre quis ser exatamente como
você quando eu crescer, para eu...
Draco parou no meio da frase, seu rosto paralisado em
horror absoluto.
Alto, cabelos platinados, friamente elegante em vestes
negras da mais alta qualidade. Uma mão segurando uma bengala de cabo prateado,
que parecia uma arma simplesmente por estar naquela mão. Seus olhos examinavam o
cômodo com a falta de emoção de um carrasco, um homem para o qual matar não era
doloroso, nem mesmo deliciosamente proibido, mas apenas uma atividade
rotineira, como respirar, por exemplo.
Este era o homem que, naquele momento, entrara pela
porta aberta.
– Draco, – disse o homem, em voz baixa e enraivecida –
o que você está dizendo?
Em uma fração de segundo de pânico por empatia, Harry
formulou um plano de resgate.
– Lúcio Malfoy! – engasgou Harry Potter. – O Lúcio Malfoy?
Uma das assistentes de Madame Malkin teve de se virar
e encarar a parede. Olhos frios e assassinos o encararam.
– Harry Potter.
– Eu estou tão honrado em conhecê-lo!
Os olhos escuros se arregalaram, surpresa e choque
substituindo ameaça mortal.
– Seu filho me contou tudo sobre o senhor – Harry disparou,
sem nem mesmo saber o que estava saindo de seus lábios, mas apenas falando o
mais rápido que podia. – Mas é claro que eu já os conhecia antes disso, todos
sabem, sobre o grande Lúcio Malfoy! O mais honrado laureado da toda a Casa
Sonserina, andei pensando em eu mesmo tentar entrar para a casa, pois ouvi que
o senhor estava lá quando jovem...
– O que está
dizendo, Sr. Potter? – veio algo como um grito de fora da loja, e a
Professora McGonagall invadiu a loja um segundo depois.
Em seu rosto estava um horror tão puro que a boca de
Harry se abriu automaticamente, e então veio um bloqueio e não conseguiu dizer
nada.
– Professora McGonagall! – bradou Draco – É mesmo a
senhora? Ouvi tanto a seu respeito por meu pai, andei pensando em entrar para a
Grifinória para que eu...
– O quê? –
berraram Lúcio Malfoy e a Professora em uníssono, lado a lado. Suas cabeças se
viraram para olhar um para o outro em movimentos idênticos e espelhados, e
ambos se afastaram do outro como em uma dança sincronizada.
Houve um súbito movimento quando Lúcio agarrou Draco e
o arrastou para fora da loja.
E então, houve silêncio.
Na mão da Prof.ª McGonagall havia um pequeno copo de
bar, inclinado para o lado devido à pressa, e agora pingava gotas de álcool na
pequena poça de vinho tinto que aparecera no chão. A Professora marchou em
frente, para o interior da loja, até que ficou frente a frente com Madame
Malkin.
– Madame Malkin, – chamou a Professora, a voz calma –
o quê esteve acontecendo aqui?
A dona da loja devolveu o olhar silenciosamente por
quatro segundos, e então sucumbiu. Ela caiu contra a parede, rindo
escandalosamente, e isso quebrou a força de vontade de suas duas assistentes,
uma das quais caiu sobre as mãos e joelhos no chão, rindo histericamente.
A Professora McGonagall vagarosamente se virou para
olhar para Harry, sua expressão gelada.
– Eu te deixei sozinho por seis minutos. Seis minutos,
Sr. Potter, contados.
– Eu só estava brincando – protestou Harry, os sons de
gargalhadas continuando ao lado deles.
– Draco Malfoy
disse, na frente do pai dele, que queria entrar para a Grifinória!
“Brincar” não basta para fazer isso!
– a Professora pausou, visivelmente respirando com dificuldade – Que parte de
“tirar medidas para as vestes” soa para você como “por favor lance um Feitiço Confundus no universo inteiro”?!
– Ele estava em um contexto situacional onde aquelas
ações fizeram sentido...
– Não. Não explique. Não quero saber o que houve aqui,
nunca. Qualquer que seja o poder das trevas que te habita, é contagioso, e não quero acabar como
Draco Malfoy, a pobre Madame Malkin ou suas duas pobres assistentes.
Harry suspirou. Estava claro que a Professora
McGonagall não estava com humor para ouvir explicações lógicas. Ele olhou para
Madame Malkin, que ainda ria contra a parede, e suas duas assistentes, que
haviam ambas caído de joelhos, e finalmente para seu próprio corpo coberto com
os tecidos-fita-métricas.
– Eu ainda não acabei realmente de ser medido para as
vestes – disse Harry gentilmente. – Por que você não volta e toma mais um drinque?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1 Erro Fundamental de Atribuição
Comentários
Postar um comentário