Sessão Pipoca #2: "Forrest Gump, o Contador de Histórias"

Olá, leitores e leitoras!

Nossa faz um mês já, que absurdo, eu devia me envergonhar... e me envergonho, sério. Foi mal... :(

Pode até ser que esse filme seja manjado, mas... acreditem ou não, só assisti recentemente (tenho essa característica: muito filme clássico eu nunca vi xD). E depois de assistir, finalmente entendi os Oscars.

E por isso, peço sua paciência, porque essa review vai ser bem longa, como a obra certamente merece.

"Minha mãe sempre disse que a vida é como uma caixa de chocolates.
Você nunca sabe o que vai pegar."

A produção do ano de 1994 foi baseada no romance homônimo de 1986 escrito por Winston Groom, foi indicada a treze Oscars e venceu em seis das categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator (Tom Hanks).

A história se trata da vida de um homem simples do Alabama, que não é nada inteligente e teve diversos problemas em seu caminho, mas os superou com muita determinação e sorte, além de se encontrar coincidentemente inserido nos grandes acontecimentos da segunda metade do século XX, influenciar a cultura popular da época e se encontrar com figuras históricas importantes. Tudo isso no caminho de seu maior objetivo: encontrar-se novamente com seu único amor, Jenny, que esteve fora de alcance.

O enredo parece o de uma comédia, e de fato possui muitos elementos do gênero, fazendo referências intencionalmente óbvias a diversos acontecimentos e elementos culturais, além de diluir a tensão de momentos sérios e tristes com humor, muitas vezes baseado na ignorância do obtuso personagem principal.

Inclusive, o cenário principal do longa (banco de um ponto de ônibus no qual Forrest aguarda e, enquanto isso, conversa com outros contando sua história) transmite um clima leve e casual, e até mesmo o final é cômico, uma vez que torna todo o decorrer do filme (a "contação" de histórias) uma verdadeira perda de tempo!

No entanto, a obra é tudo, menos uma comédia. Existem diversas especulações a respeito do significado político e filosófico de cada elemento da história, mas aqui vou compartilhar apenas os pensamentos e reflexões que me ocorreram no decorrer do filme.

O primeiro ponto, obviamente, a ser observado, é o grau de debilidade mental de Forrest. Ele tem um QI de apenas 75, valor abaixo da faixa normal, e esta é a razão de sua visão simplista das coisas. E o ponto de vista de uma mente obtusa é um fator importantíssimo: ao mesmo tempo que satiriza a ignorância do povo que apenas aceita os acontecimentos à sua volta, traz à tona uma inocência reveladora.

Essa visão infantilizada e sem compreensão de grandes tragédias e malícias nos deixa com uma nítida mensagem: elas não fazem sentido. Guerras, assassinatos ou maus tratos acontecem "sem nenhuma razão".

Além disso, a debilidade do personagem se traduz também de outra forma, à medida que supera os obstáculos que o cercam e corre (literalmente) em direção ao seu futuro: a impressão de uma fábula, que nos ensina o poder da determinação e da positividade, e o valor da inocência.

O contraste se encontra nos dois personagens principais: Forrest e Jenny. Enquanto o primeiro segue em frente, acreditando no que há de melhor e mantendo-se íntegro como foi ensinado, a segunda se perde em meio a um labirinto de péssimas escolhas, que a levam à infelicidade durante longos anos de sua vida.

"Você sonha, Forrest, sobre quem você um dia vai ser?"
"Eu não serei eu mesmo?"

Trata-se de uma história profunda, emocionante, cheia de lições, na qual torcemos pelo sucesso de um personagem que conta com apenas força de vontade, músculos e muita sorte, e nos faz rejubilar perante suas conquistas. O toque de humor e inocência nos faz lembrar de como uma vez já fomos, quando crianças, de como não sabíamos ver o mundo como uma fruta em processo de apodrecimento, mas como um oceano, vasto e cheio de oportunidades e pequenas alegrias.

A moral que a fábula de Forrest Gump nos traz é pura: todos podem ter oportunidades, mas elas vêm com muito esforço, fazendo o que se acredita certo e o que se ama. E quando nos perdemos do caminho, há sempre meios de nos encontrarmos novamente.

Não sei se essa é a visão de vida mais correta, mas com certeza é aquela que sempre ensinamos às nossas crianças por uma razão: queremos acreditar que seja verdade.

Frase de Forrest que encerra o filme. Fonte das imagens com frases: http://www.falouepontofinal.com.br/

Emocionante e inspirador, simplesmente.

Àqueles que leram até o final, agradeço sua paciência! Espero que tenham gostado, e que tenham compartilhado essa emoção que foi assistir a este filme maravilhoso! :)

Segue o trailer legendado em português, postado no canal "Jardins de Sofia - filmes, frases e livros":