Sessão Pipoca #4: "Kubo e as Cordas Mágicas"

Olá, leitores e leitoras!
Após mais uma demora ridícula (sério, não sei como ainda tem gente que acessa esse blog, vocês são lindos demais, mds) por parte da pessoa que vos fala, peço novamente seu perdão por meio de mais um post caprichado: hoje teremos a review do maravilhoso filme "Kubo e as Cordas Mágicas" (no título original em inglês, "Kubo and the Two Strings")!


A história de Kubo é repleta de magia, aventura e drama. A sinopse é esta:

Kubo, filho do grandioso samurai Hanzo e de uma das filhas do Rei da Lua, vive escondido nos arredores de uma pequena vila, cuidando de sua mãe doente e se apresentando nas ruas para ganhar seu sustento, com os poderes mágicos que herdou combinados a um shamisen e origami. Até que, por um descuido, é encontrado pela família vingativa, que quer tirar dele o olho que lhe resta. É a partir de então que começa, ao lado de uma macaca e um besouro, sua jornada para encontrar a armadura, o elmo e a espada de seu pai, e no caminho descobre cada vez mais sobre si mesmo e sua família.

O longa de 101 minutos foi feito pela empresa de animações infantis Laika, que vem conquistando aos poucos sua parcela do mercado, entregando produções com conteúdo mais profundo e complexo, além do sempre presente aspecto sombrio (tanto na estética da animação quanto no enredo em si). O estúdio trouxe também os títulos Coraline, The Boxtrolls (em português, "Os Monstros das Caixas") e ParaNorman, além de terem também produzido o famosíssimo A Noiva Cadáver. Para quem tiver interesse, deixo aqui o link do site oficial do estúdio (em inglês).


Executado em animação 3D stop-motion (para mais informações sobre o gênero, clique aqui), o filme é uma obra de arte. Inspirada principalmente na estética japonesa, a arte sofre influências de pinturas tradicionais, origami e outras fontes culturais. Mas o costumeiro baixo retorno ao alto custo do modelo de animação se fez presente: a estréia mundial foi em 19 de agosto de 2016, mas o longa só chegou aos cinemas brasileiros em 13 de outubro do mesmo ano, onde não durou mais do que duas semanas em exibição. Ao todo, foram investidos 60 milhões de dólares, com um retorno de 74,5 milhões, muito baixo para padrões cinematográficos, apesar dos incríveis 97% de aprovação no Rotten Tomatoes.

O origami não apenas inspira, mas é vivo com esta história...
e com a magia do shamisen de Kubo!

Na mãe de Kubo, na vila e em outros elementos, podemos ver
a influência japonesa - nos cabelos, roupas e cores.

Agora vamos ao que interessa: minha opinião sobre o filme e suas facetas.

Começo já pela dublagem: muito bem feita, tanto no original em inglês quanto na versão brasileira. E devo dizer que é raro que ambas as versões me agradem, pois em geral uma supera em muito a outra, e se torna a minha favorita. Para comparar, é só assistirem aos trailers colocados no final deste post.

Nem sei por onde começar com a arte e fotografia. Sou parcial, pois o modelo stop-motion já é um favorito, mas neste filme ele foi maravilhosamente executado. É claro que houve alguma ajuda de computagão gráfica, mesmo porquê há muitas cenas envolvendo água e paisagens amplas demais, mas o movimento dos personagens, seus fios de cabelo, os detalhes... ficou tudo muito natural e fluido. A fotografia é fantástica: te dá perfeitamente o tom da cena; não são técnicas de iluminação inovadoras, mas um clássico bem executado mostra ao mundo a razão de ser um clássico.
Certas cenas podem parecer um pouco poluídas pela variedade e número de elementos presentes, mas não foi algo que atrapalhasse ou confundisse o entendimento da história ou mesmo da cena em questão; mas a estética japonesa moderna envolve um número elevado de informações visuais simultâneas, e os momentos escolhidos para expressar este aspecto serviram para realçar situações turbulentas ou fortes emoções.

A leveza desta cena me impressiona sempre, realçada pelas cores e pela expressão pacífica de Kubo.



Em momentos diferentes da jornada dos amigos, diferentes tons e emoções.

Beleza, perigo, tons frios e brilhantes: esta cena me dá arrepios.

E só para terem uma noção melhor do trabalho que dá fazer um stop-motion, dêem uma olhadinha nesse time-lapse:



Quanto à trilha sonora, é envolvente e casa com todos os demais elementos. É importante lembrar que não se trata de um musical, então as músicas cumprem acompanham a história e emocionarm através de seu instrumental genial (com excessão de uma música, que possui letra cantada, mas continua incrível!). Confiram abaixo a playlist completa da OST ("Original Sound Track") do filme (ou acessem a lista direto no Youtube).



Um elemento musical importantíssimo, como deve ser óbvio, é o shamisen, o instrumento que era da mãe de Kubo e que ele carrega. O shamisen (三味線) é um instrumento japonês (originário da China) semelhante a um banjo, que possui apenas três cordas e é tocado com o uso de um bachi (algo como uma palheta bem grande e em formato de leque).



Na história, o shamisen tem duas de suas três coras arrebentadas, por isso o nome do longa em inglês (que, traduzido literalmente, ficaria "Kubo e as Duas Cordas").

No que se refere à história em si, é maravilhosa.
Admito que, ao assistir aos trailers, apesar de me interessar bastante (afinal, sou grande fã da cultura japonesa e sua estética, e de filmes stop-motion em geral), muitas cenas me pareceram poluídas demais (como mencionei acima), além de aparentar ter detalhes demais para complicar a história.

Mas, alegro-me ao escrever, eu não podia ter me enganado mais com relação ao fluxo e à complexidade do enredo.

A grande verdade é que este é um filme que traz uma narrativa mais complexa do que o habitual em animações e filmes infantis, além do tom mais sério e temas e conceitos mais pesados. Mas isto não prejudica o longa de forma alguma; de fato, o enriquece. Os elementos da história são conectados de forma concreta, e os acontecimentos se passam de forma fluida, com transições bem feitas.

Para concluir, este filme foi gostoso de assistir, trouxe aventura, fantasia, drama, comédia, revelações inesperadas e lições a aprender, e inclusive me emocionou tanto que não pude conter algumas lágrimas no final.
"Kubo e as Cordas Mágicas" mexe com as emoções, mostra uma dinâmica de família mais do que complicada, e entretém. Em suma, recomendo a todos!

Confiram abaixo o trailer oficial dublado, e um trailer legendado por fãs:






Espero que tenham gostado da review, e que tenha sido útil para aqueles que ainda tinham dúvidas quanto a assistir o longa. Agradeço por sempre estarem por aqui no aguardo, e até mais! :)

Comentários

  1. Koala, você é uma moça que usa óculos e estudou na UnB? Se for, ainda estou apaixonado por você!
    F.

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    1. Agora que eu vi que você é um Sr. Koala. Desculpe pela declaração de amor. kkkkkk

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    2. Boa tarde Sr. Anônimo. De fato uso óculos, mas também de fato você me confundiu com outra pessoa... xD Sem problemas, amor nunca é demais no mundo, ainda mais hoje em dia. Boa sorte em sua conquista da jovem garota de óculos da UnB!

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  2. Genial! Eu amo este artigo! Pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende, vê-lo na tela é diferente. Gosto muito deste filme Eu amo Matthew McConaughey! O último que eu vi foi Ouro E Cobiça, na minha opinião, foi um dos melhores filmes de drama 2016 que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção, um filme que se converteu em um dos meus preferidos. Sem dúvida o veria novamente! É uma boa opção para uma tarde de filmes.

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    1. Também adoro o Matthew McConaughey haha. Mas ainda não vi Ouro e Cobiça. Darei uma chance em breve, agradeço a recomendação!

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